Estratégias sobre como trabalhar com influenciadores no setor de saúde

A figura do influenciador ganhou novo significado no setor de saúde. Longe do estereótipo das redes sociais ligadas ao entretenimento, esses comunicadores passaram a ocupar um papel relevante ao informar, conscientizar e aproximar profissionais da população. No entanto, trabalhar com influenciadores nesse segmento exige mais do que alcance: é preciso ética, sensibilidade e planejamento.

Para clínicas, médicos e instituições, a parceria com quem já tem a atenção do público pode ser uma ponte poderosa — desde que construída com responsabilidade.

Escolher não apenas pelo número, mas pelo valor

Nem todo influenciador é adequado para comunicar temas relacionados à saúde. Ao buscar parcerias, é importante observar mais do que a quantidade de seguidores. A credibilidade, a postura nas redes e o histórico de conteúdo falam mais alto nesse caso.

Alguém que já aborda temas de autocuidado, qualidade de vida ou compartilha experiências reais com tratamentos pode ser um bom ponto de partida. Por outro lado, colaborações com perfis puramente promocionais podem gerar desconfiança — e, em vez de atrair, afastar o público.

Um exemplo prático seria a recomendação de um oncologista renomado feita por uma influenciadora que compartilha sua vivência com o câncer de forma transparente. Isso gera identificação e pode auxiliar outras pessoas a buscarem ajuda qualificada.

Definindo objetivos e formatos

Toda parceria deve ter objetivos bem definidos. Divulgar um serviço específico? Sensibilizar sobre uma campanha de prevenção? Esclarecer dúvidas sobre um procedimento? O influenciador precisa entender exatamente o papel dele nesse contexto.

Além disso, o formato da ação deve ser pensado com cuidado. Stories, vídeos explicativos, lives com profissionais, posts com depoimentos ou até mesmo newsletters podem ser usados, desde que mantenham o tom informativo e respeitoso que a saúde exige.

A espontaneidade do influenciador pode — e deve — ser preservada. Mas ela precisa andar lado a lado com a responsabilidade do conteúdo transmitido.

Transparência e ética em primeiro lugar

No setor da saúde, não há espaço para discursos exagerados ou promessas milagrosas. Toda mensagem veiculada em parceria com influenciadores deve prezar pela clareza, evitar sensacionalismo e estar dentro das normas regulatórias que regem a comunicação médica.

O influenciador precisa estar ciente das limitações legais, como não poder mencionar tratamentos como se fossem garantias de cura ou fazer indicações que fujam do seu conhecimento técnico. Quanto mais bem orientado estiver, mais segura será a colaboração.

Fortalecer a voz de quem já vivencia o cuidado

Uma estratégia interessante é valorizar pacientes ou familiares que desejam compartilhar sua jornada. Com apoio e acompanhamento, essas histórias podem se tornar potentes instrumentos de conscientização. Além de humanizar o serviço, elas criam pontes emocionais com quem acompanha, gerando empatia e quebrando barreiras de preconceito.

Essa prática, além de fortalecer o posicionamento da marca, contribui para ampliar o acesso à informação de forma acolhedora.

Monitorar os resultados e ouvir o público

Depois da campanha no ar, é hora de acompanhar os efeitos. Comentários, compartilhamentos, mensagens recebidas — tudo isso serve como termômetro da percepção do público. Mais do que números, o que importa é a qualidade da interação gerada.

Também é válido ouvir o próprio influenciador sobre a experiência. Esse retorno ajuda a ajustar estratégias futuras e manter relações duradouras baseadas em confiança mútua.

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